Prever o futuro é uma atividade fundamental do nosso cérebro, sendo considerada por alguns cientistas nosso modo operacional primário - já dizia Barrett. Daí nossa capacidade de planejar, mapear riscos e desenhar futuros.
Como já comentamos aqui em artigos anteriores, planejar o futuro tem como consequência direta revelar os desafios presentes da liderança. E, mais do que quais são os desafios (pois estes sempre mudam ou se renovam) é sobre como lidamos com eles.
Se o desafio chama a uma resolução, chegar a uma resposta, a sensação é de adrenalina: ficamos ligados, focados em alcançar o resultado. Esse mecanismo se dá pela ativação do nosso sistema nervoso simpático e remonta ao primórdio da nossa existência, onde, dessa resolução, dependia a nossa sobrevivência. Mas o mesmo pode ser experimentado no ambiente de trabalho, onde, por exemplo, um novo projeto mobiliza os esforços de um time.
Mas o que acontece se esse projeto se prolonga? Se o time cumpre horas extras e percebe que novos desafios se acumulam? Aí a adrenalina dá vez ao cortisol e os sistemas corpóreos não essenciais são desligados. Nossos ancestrais remotos não precisavam do sistema digestivo em meio à urgência de se salvar. Da mesma forma, hoje, passam-se horas até você perceber que não comeu nada durante todo o dia, envolvida/o naquele projeto.
O nosso corpo interpreta ambos os “perigos” da mesma forma. A questão é que rodar um corpo ou um time à base de cortisol é insustentável.
Como equilibrar esse funcionamento? Se você pensou em “descansando” esta é apenas parte da resposta, pois, após descansar, a necessidade de resolução seguirá. A resposta completa é: fazendo qualquer coisa que nos restaure, que recobre a nossa energia e melhor nos prepare para o desafio. No ambiente de trabalho, há um tanto quanto programas de bem-estar podem fazer pelos colaboradores (assim como há um tanto quanto o autocuidado pode fazer pelo indivíduo), pois logo vem outro desafio, muitas vezes maior que o anterior.
Para estarmos mais equilibrados em nossos desafios, devemos ativar nosso sistema nervoso parassimpático, pois é ele quem libera dopamina e melatonina, regulando os demais sistemas corpóreos.
Algumas formas de fazê-lo em times profissionais é por meio de workshops, offsites e consultoria externa, que renovem a forma deste grupo trabalhar junto. E, se esses formatos são bem empregados, não temos apenas resoluções, mas também soluções para a área ou negócio; não temos apenas a eficiência, mas também a efetividade das decisões para melhores e maiores resultados e impactos; não temos apenas um time planejado e organizado, mas também preparado para lidar com as inevitáveis incertezas.
Este artigo foi inspirado no livro “Liberte o seu gênio da complexidade - Expandindo a sua capacidade interna para liderar”, em tradução livre. Mais informações sobre o livro nos nossos destaques em Stretch Yourself.
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